sábado, 31 de outubro de 2009

RECLUSÃO

O corpo dói,
arde em paredes frias.
Chuva intensa...

Lá fora, fortes clarões, estrondos,
ventos gritam na solidão do mundo,
rasgam-se as matas e os tempos.

No vazio da noite,
a casa é única, é solitária,
é o cimo do mundo.

Há ânsia e desolação,
sujeição às luzes antigas,
e sentidos velhos e disformes...

Memórias de muitos sonhos.

4 comentários:

Maria Ribeiro disse...

LÁ fora e dentro de ti, ecoam clarões de VIDA, amigo!
Na intimidade do nosso lar, seja ele real ou imagético, sentimos o conforto do nosso "EU".
Beijo de lusibero

Roberto Costa Carvalho disse...

Será que somente o conforto de nosso "eu", ainda que seja, digamos, de um "eu conformado"?

nydia bonetti disse...

Também em mim tão clara esta sensação do "aqui dentro" e o "lá fora", onde não posso ir...

... ah, se não fosse a poesia, meu único contato, com este mundo distante, que jamais consegui alcançar ...

beijo, Roberto. bom feriado!

Roberto Costa Carvalho disse...

Sim, Nydia, a "sensação do 'aqui dentro' e do 'lá fora'", exatamente isso, pois a casa sempre está no vazio da noite e é única, é solitária, é o cimo do mundo.

Sabe por que a poesia é seu contato com esse mundo distante? Acho que é porque talvez ele lhe seja o mundo mais próximo, pois, afinal, a casa é o cimo do mundo.