quarta-feira, 28 de outubro de 2009

NO ALPENDRE

Nunca pensamos o que dizer,
mas bem lá, depois deste lugar,
na escuridão derramada sobre o morro
e sobre aquelas vargens embrenhadas,
veja o recado do mundo conhecido!

Não tema, não se feche na rede,
a mariposa não incomoda tanto,
seu vôo é muito pequeno!

Lá dentro, a lâmpada descoberta e esgotada;
no brilho jogado em um canto da noite,
insistente inseto na fugacidade da existência,
tênue fogo no abandono da casa necessária
e um lugar único no centro da sala.

No silêncio de nossa lenta respiração,
nossos corpos; em nossas sombras,
os restos das pessoas que se foram,
as mecânicas para fazer-nos,
elementos de vozes costumeiras.

Na única casa tão existente,
o calor que não conheceremos
e a pequena mariposa.

2 comentários:

lusibero disse...

ROBERTO: o amor não se incomoda com alpendres ou mariposas...Ele VIVE, ELE É...
ABRAÇO de LUSIBERO

Roberto Costa Carvalho disse...

Realmente, o amor não se incomoda com alpendres ou mariposas, mas os olhos sim.