Na esquina com o beco imundo,
da comprida rua suspeita;
nas agitações das noites,
no sossego dos adormecidos,
no silêncio das casas fechadas:
a velha escada quase não range,
canções fortes ecoam lá encima,
voz sonora em velha vitrola,
traições, fracassos, desilusões,
as promessas dos corpos manchados.
No salão, lâmpadas vermelhas e azuis,
misturas de meias-luzes embrumadas,
mesas com seus panos enodoados,
as velhas cadeiras com vernizes gastos,
as impudências, os sentidos e os olhos:
algumas mulheres que esperam,
minhas belas possíveis...
(1) Um antigo estabelecimento do interior mineiro.
sábado, 27 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
NOITE
A lua já flutua em um mar poente,
uma lua pesada, imensa... No chão,
anjos feridos, sujos de sangue.
Em um ar bem vestido, brilhos encobertos,
o tempo definido em bolas vermelhas,
o isolamento, a inépcia, o mormaço...
Nas ruas, nas luzes das sombras,
as mulheres oferecidas
e os homens obscurecidos.
Sempre há uma voz que nunca existe,
uma varanda alta e uma janela fechada,
as tempestades de um tempo calmo.
uma lua pesada, imensa... No chão,
anjos feridos, sujos de sangue.
Em um ar bem vestido, brilhos encobertos,
o tempo definido em bolas vermelhas,
o isolamento, a inépcia, o mormaço...
Nas ruas, nas luzes das sombras,
as mulheres oferecidas
e os homens obscurecidos.
Sempre há uma voz que nunca existe,
uma varanda alta e uma janela fechada,
as tempestades de um tempo calmo.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
AS MULHERES DO CAMINHO
São mãos grossas, ásperas,
mãos que rompem o chão definitivo,
nas desordens das árvores mortas,
as tristes e silenciosas mulheres,
pedras essenciais sob luzes concretas.
O tempo é a poeira que se levanta no caminho...
e nele se assenta lentamente.
O passar de pés nus, pés calejados, feridos,
a indiferença ao sangue que escorre deles;
os olhos são os duros fragmentos da alma,
são os corpos castigados das idades,
as ferramentas que rasgam as imagens.
E os ventos noturnos, ventos sempre vazios,
o calar das dores dos dias, o frio mármore do sono,
filtram o silêncio da voz lunar, a quietude do tempo,
a carne esmagada e os ossos quebrados,
a mudez das mulheres baldias.
mãos que rompem o chão definitivo,
nas desordens das árvores mortas,
as tristes e silenciosas mulheres,
pedras essenciais sob luzes concretas.
O tempo é a poeira que se levanta no caminho...
e nele se assenta lentamente.
O passar de pés nus, pés calejados, feridos,
a indiferença ao sangue que escorre deles;
os olhos são os duros fragmentos da alma,
são os corpos castigados das idades,
as ferramentas que rasgam as imagens.
E os ventos noturnos, ventos sempre vazios,
o calar das dores dos dias, o frio mármore do sono,
filtram o silêncio da voz lunar, a quietude do tempo,
a carne esmagada e os ossos quebrados,
a mudez das mulheres baldias.
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