Não há vozes...
Repetidamente, soltamo-nos do chão,
para as distinções mortas do ar,
para o depois do silêncio.
Corremos ligeiros sobre o lodo:
há o que escorreu lentamente do morro,
formas decompostas e brilhantes,
seu jeito de fazer, seu corpo oferecido.
Lá em cima, nas esplanadas,
seus cabelos feitos de vento,
nossos rostos de anoitecer,
nossa ausência.
Na vargem fria e adormecida,
O tempo indefinido do luar mórbido,
nossas almas desvanecidas,
luzes ligeiras e vadias:
nossas fugacidades
e sombras do tempo esquecido,
nossos percursos.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
RECOLHIMENTO
O vento acariciante, a brisa,
o balançar da rede na varanda,
meus olhos inúteis...
Há um mundo em mim...
Imobilidade,
mundo protegido.
Lágrimas quentes no frio do chão...
Um chão sem significado,
sem sentido.
Na calçada, o homem.
Chora pela dor que sente,
chora por si mesmo.
o balançar da rede na varanda,
meus olhos inúteis...
Há um mundo em mim...
Imobilidade,
mundo protegido.
Lágrimas quentes no frio do chão...
Um chão sem significado,
sem sentido.
Na calçada, o homem.
Chora pela dor que sente,
chora por si mesmo.
domingo, 25 de julho de 2010
DESORDENAMENTO
Não invento palavras,
apanho-as onde as encontro
e jogo-as como dados,
imitando ente divino,
nas desarticulações do universo.
Desconserto inteirezas:
as suposições das permanências,
as conseqüências dos significados,
estrelas deixadas em jardins.
Nas ocorrências das singularidades,
conjugo congruências com catástrofes,
explosões simétricas de luzes brilhantes,
beijos verdadeiros, mortes verdadeiras.
A história só é tempo construído,
expansões e contrações do si mesmo,
apenas uma dimensão enganosa,
o nunca existiu, o não pode ser.
apanho-as onde as encontro
e jogo-as como dados,
imitando ente divino,
nas desarticulações do universo.
Desconserto inteirezas:
as suposições das permanências,
as conseqüências dos significados,
estrelas deixadas em jardins.
Nas ocorrências das singularidades,
conjugo congruências com catástrofes,
explosões simétricas de luzes brilhantes,
beijos verdadeiros, mortes verdadeiras.
A história só é tempo construído,
expansões e contrações do si mesmo,
apenas uma dimensão enganosa,
o nunca existiu, o não pode ser.
domingo, 18 de julho de 2010
SOLIDÃO
Conheço esta cidade,
suas ladeiras, suas pedras,
o anonimato das pessoas,
suas casas de limo,
suas negativas.
Conheço as ruas desta cidade,
suas antigüidades, seus cansaços,
seus ídolos omissos;
nos sopés das ladeiras,
suas lamas acumuladas.
Nesta cidade,
de imagens velhas,
carnes apodrecem,
olhos secam,
passos mutilam-se.
suas ladeiras, suas pedras,
o anonimato das pessoas,
suas casas de limo,
suas negativas.
Conheço as ruas desta cidade,
suas antigüidades, seus cansaços,
seus ídolos omissos;
nos sopés das ladeiras,
suas lamas acumuladas.
Nesta cidade,
de imagens velhas,
carnes apodrecem,
olhos secam,
passos mutilam-se.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
DESESTRUTURAÇÃO
Como o suor,
o sangue pelos poros:
lágrimas secas,
chão imundo.
Mãos substituíram pés,
corpos vestiram-se de terra.
Carnes e ossos,
ordens cadavéricas canceladas.
Sobram vozes do passado,
gritos e uivos alucinados,
restos imprestáveis do tempo,
as corrupções dos silêncios.
Na profundidade da noite,
estranhos alimentos,
segredos dos medos e dos excrementos.
Na quietude lunar, emergências tutelares
o sangue pelos poros:
lágrimas secas,
chão imundo.
Mãos substituíram pés,
corpos vestiram-se de terra.
Carnes e ossos,
ordens cadavéricas canceladas.
Sobram vozes do passado,
gritos e uivos alucinados,
restos imprestáveis do tempo,
as corrupções dos silêncios.
Na profundidade da noite,
estranhos alimentos,
segredos dos medos e dos excrementos.
Na quietude lunar, emergências tutelares
sábado, 10 de julho de 2010
ENCANTAMENTOS
Confundimo-nos com reflexos adequados
e ventos uivam longamente e cintilam...
Abundantes ondas de vidros.
Sóis profusos em nossos olhos,
convulsões de geometrias estranhas,
névoas escondem rochas maleáveis.
Cantam messalinas cativantes:
nos reluzires de nossos corpos,
anjos embriagados tropeçam;
nas vulnerabilidades de nossos crânios,
sedutoras serpentes enroscam-se
– há caminhos de cristais e estrelas.
Diante dos espelhos límpidos,
os ventos, os ventos,
são como fossem verdadeiros.
e ventos uivam longamente e cintilam...
Abundantes ondas de vidros.
Sóis profusos em nossos olhos,
convulsões de geometrias estranhas,
névoas escondem rochas maleáveis.
Cantam messalinas cativantes:
nos reluzires de nossos corpos,
anjos embriagados tropeçam;
nas vulnerabilidades de nossos crânios,
sedutoras serpentes enroscam-se
– há caminhos de cristais e estrelas.
Diante dos espelhos límpidos,
os ventos, os ventos,
são como fossem verdadeiros.
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