Olhares fosco-brilhantes:
vertigens na noite que se afirma...
O Sol já é de vidro sem cor,
silente água desce pela lama,
escorrega entre plantas pegajosas.
E você ri com docilidade,
ternamente, muito ternamente...
Com suas mãos entre bolhas escuras,
retira cores de vapores fétidos
e concebe-me uma triste inocência.
terça-feira, 23 de março de 2010
terça-feira, 2 de março de 2010
ADOLESCER
Nos sonhos tocava-lhe de leve os cabelos,
cautelosamente...
Acariciava-os e percebia a suavidade de seus olhos,
a pele sedosa que descia por seus ombros,
suas feições de desejo e de muito medo.
Lindas alças levadas pelos braços,
pouca resistência, delicadeza,
beijo quase roubado e quase negado.
Sutiã branco e bordado com flores,
seios delicados, púberes, pequenos,
seios que não podiam ser tocados.
Junto à parede, corpo quente insinuava-se,
formas sob levezas de vestido gasto,
e véus ainda não se desmanchavam no chão.
cautelosamente...
Acariciava-os e percebia a suavidade de seus olhos,
a pele sedosa que descia por seus ombros,
suas feições de desejo e de muito medo.
Lindas alças levadas pelos braços,
pouca resistência, delicadeza,
beijo quase roubado e quase negado.
Sutiã branco e bordado com flores,
seios delicados, púberes, pequenos,
seios que não podiam ser tocados.
Junto à parede, corpo quente insinuava-se,
formas sob levezas de vestido gasto,
e véus ainda não se desmanchavam no chão.
segunda-feira, 1 de março de 2010
CLÍMAX
No cimo do mundo,
arde a casa das paredes frias:
há negativa de sonhos
e chuvas muito intensas.
Nas gritarias dos ventos,
clarões rápidos e fortes,
o arrastar do tempo
e o vazio da noite.
Velhas luzes apagam-se,
almas desimplicam corpos,
o sangue transborda do rio,
a casa é solitária e única.
arde a casa das paredes frias:
há negativa de sonhos
e chuvas muito intensas.
Nas gritarias dos ventos,
clarões rápidos e fortes,
o arrastar do tempo
e o vazio da noite.
Velhas luzes apagam-se,
almas desimplicam corpos,
o sangue transborda do rio,
a casa é solitária e única.
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