quinta-feira, 17 de abril de 2008

A CASA

A casa tem uma rua deserta e uma cor incerta,
um jardim cuidado, paredes envelhecidas,
o tamanho bastante de um telhado
e a porta lacrada.

Na sala, pés polidos nos mosaicos gastos,
a luz do teto acostumada,
há o que se vê e não se percebe,
o sangue ordinário...

Janelas e duras argamassas,
velhos móveis com vernizes renovados,
muitas linhas e almas encurvadas
e alguns cômodos na escuridão.

sábado, 12 de abril de 2008

MEU DEFEITO

Meu defeito talvez seja minha voz,
uma voz que nunca escutam,
uma voz sem eco, uma voz morta;

talvez seja minha canção solitária,
decerto, a canção que não tenho
ou a canção que não me mostram.

Meu defeito talvez seja um segredo,
o silêncio que sempre me fazem
ou meu próprio silêncio;
talvez as diferenças dos olhos
ou um corpo em que nunca toco...

Ah, talvez, os dias que não me mostram
ou, talvez, um beijo que eu não daria!...