Ventos acumulam-se...
E nuvens.
Eles se revestem de memória e de carne,
de gritos de almas, de dores de sonhos.
Nas distâncias das montanhas,
na chegada da noite anunciada,
raios são metais que fendem as rochas,
as batidas do martelo na bigorna,
o chão em que não se pisa.
E, por trás de três paredes de luz,
olhos cobertos por cortinas rasgadas,
as conformidades dos espelhos
e cabides com velhas roupas pendentes,
sangue derramado em leito quebrado.
No mormaço do ar, forja-se o tempo,
o anonimato dos sussurros.
Do nadir ao zênite,
o silêncioso estrondo do mundo.
domingo, 11 de outubro de 2009
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2 comentários:
Tua poesia é de uma intensidade de tirar o fôlego, Roberto. Sabe que quando leio poetas como você, e alguns outros poucos e raros, me sinto até envergonhada da minha poesia tão simplista. "Simprinha", como alguém já disse. :)
Beijo, boa semana!
Por que sua poesia é simplista? Nunca a percebi assim. Na verdade, valendo-se de questões às vezes simples, você nos leva muito longe, Nydia, muito mesmo! É um grande privilégio ser seu leitor.
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