Ei, moça que permanece:
vejo-a marinheira sem águas,
trôpega em areia fina e ardente,
sem corpo e sem história,
deformidades de si mesma!
Percebo-lhe o conteúdo,
essência líquida em ar decomposto.
Há um oceano cósmico inalcançável,
águas imensas, permanentes,
absurdos de náufragos ausentes.
Nessa imensidade, moça,
sempre meus olhos destoantes,
matérias vítreas e estagnadas,
faces de ventos salinos
e leites lunares.
...
Dou-lhe minha substância impossível,
eterno sinal, estranha natureza,
beijo ácido e forma casual,
roupas com circunstâncias estrelares:
o céu é difuso e acidental.
Há espelhos estraçalhados,
conformidades de padrões,
o amanhecer desta linda cidade,
superfícies de imagens latentes.
sábado, 17 de outubro de 2009
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2 comentários:
Joguei minha garrafa no mar e ela foi parar nas praias mais distantes... Ela chegou até você!!!
Me sinto assim - náufraga... Meu querido, não sou pessimista. Ao contrário, sou lutadora, sobrevivente... As lutas têm sido muito duras, mas tenho uma boa noticia pra você: eu vou vencer todas elas... Não posso garantir em que estado vou estar no final de tudo isso, mas vou estar lá...
muita saudade de você!
beijo
Pat
Roberto...
e não somos todos náufragos da vida e inseguros em busca de um porto?
Fim do mês já estarei em Manaus e iniciarei mimhas atividades literárias.
bjs e saudades.
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