Enfrentei o tempo, não o construi,
canções ficaram na memória,
momentos e pessoas,
passos nos sobrados,
os vencimentos das idades.
Nos rumos quase invencíveis,
engoli o pó de muitas estradas,
pavimentos que não mais existem,
cobrindo-me com o barro do chão
e os córregos das águas passadas.
Gemas azuis e verdes ainda cintilam,
mesmo que as pedras outras já sejam;
meus olhos ainda vêem muitas ladeiras,
porões e sótãos de vidas clandestinas,
pedras brutas que não se lapidaram
[e mulheres que não mais se cortejam].
Vozes depositaram-se no vazio,
nos caminhos que muito existiram,
vidas que nos túmulos se resolveram,
e nas misturas de matas imensas e extintas,
onde santa-cruzes e demônios coexistiram.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
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