Nesta manhã, linda cidade,
ganhei novamente sua rua...
Inventando suas imagens,
banhei-me em suas cores,
em suas casas e prédios de sol,
apesar de suas muitas flores reais.
Com minha alma nua em seu vento,
descobri novamente sua longa avenida,
feita de nuvens imensas em dia claro,
e o grande rio que a margeia procurando o mar,
o que não se perpetua em olhos renovados,
garças que se escurecem diante da luz.
De meu caminhar antigo, caminhar-menino,
muitas ruas paralelas e perpendiculares,
moças misteriosas com vestidos rodados,
cinemas feitos de acrílicos e neônios,
escuridões interiores e brilhos direcionados,
evidências de focos de vidas não-vividos.
Nas calçadas, sentados em suas cadeiras,
os que já envelheciam e não percebiam...
Nas brisas frias e invasoras das noites quentes,
meus passos também paralelos e perpendiculares,
apressados, levando minha cabeça sempre baixa,
timidez diante das moças com vestidos rodados.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
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3 comentários:
Roberto: nem damos por isso...mas todos estamos a envelhecer...antes de envelhecer!
BEijos. LIndo poema sobre o decorrer da VIDA. que nos escapa, sem darmos por isso...
LUSIBERO
Olá, Lusibero!
Como é bom ver seus comentários, sua palavra sincera! Sentia falta deles, muita falta.
Muito obrigado pelo tempo que me deu, muito obrigado!
Nossa, que coincidência, Roberto! Acabei de falar da alma de vento no outro comentário e a encontro aqui, caminhando pela cidade, olhando as moças de vestidos rodados. Que imagens bonitas neste poema.
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