Ao virar-me na esquina,
rua que ficou para trás:
tempo em que a procurei,
em que ergui meus sonhos,
minha intensidade angular.
Rua de cores desbotadas,
veredas obscurecidas,
ventos sacudiam folhas.
Em meu desespero,
mundo devastados
[envolto em muitas sedas,
sonhei carícias desejadas,
e beijos, beijos convincentes,
palavras que não existiram,
nas simulações convenientes].
Ao virar-me na esquina,
não mais vesti sua carne,
nem sua ardência, nem seu dizer,
advinhava-me autêntico e frio.
Então já me percebia fluido,
evocava deuses flácidos,
meus passos desnecessários.
Ah, minhas continuidades inventadas,
dimensões nulas de corpo colorido,
ilusões de eternidade cósmica:
tenho estrelas nas mãos!
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
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