Entrar por uma porta que é saída,
ter, no tato do vento, os espelhos dos olhos,
e alguém que sempre persiste dizendo:
“Pronto, aqui não estou!”
A luz é abismal, insondável,
é a omissão das sombras,
o mesmo que o escuro infinito,
uma consumação permitida.
Os passos, quando são firmes,
são sempre convulsivos
e há só uma direção,
um só caminho indicado...
Mas sempre há uma alma contrária.
terça-feira, 24 de março de 2009
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2 comentários:
“Pronto, aqui não estou!”
Teus versos têm uma força que sempre me impressiona, Roberto.
"À beleza da simetria prefiro a fragilidade da diferença. Só assim alcanço a tradução do mundo." - Picasso.
Mas a vida não é arte, embora precisemos "fazer arte" para vivê-la...
beijo
Nydia:
Este texto e o seguinte (Encontro) são de uma fase já bem antiga e muito singular, em que me encantava com o irresolvido, com o não-significado, com as disparidades.
Devo ter um bocado de textos desse tipo. De quando em quando,mexendo em minhas bagunças, deparo-me com um.
Ah, minha "complexa bagagem", nem imagina como me pesa!...(risos).
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