sábado, 4 de outubro de 2008

No quarto

A janela, o azul, o lado de fora...
Nuvens raleadas depois da janela,
as garças brancas que se escurecem!

E a cidade que não é minha,
o calor da cortina e três paredes lunares,
a porta da luz para o resto dos cômodos,
a espreguiçadeira gasta onde se repousa...
E o corredor é escuro, o firmamento,
a morada sem unicidade.

O retrato sob o abajur apagado.
No sentido da conformidade, a espera,
uma cama assentada no vazio;
nos olhos, a deformidade,
o mundo intervalado:
a mão desliza no corpo.

E as cores nunca se roubam,
os transeuntes articulados são invisíveis,
as roupas penduram-se em cabides,
os traços são elementos simetrizados,
os jardins de dentro são os jardins de fora,
as uniformidades de pedras cobertas por cimentos.

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