Qualquer cor, qualquer momento,
sempre a luz da cidade, ser e querer ser,
estar presente.
Não há um dia seguinte,
mas a vontade que trazemos,
o hoje que escondemos em nós,
talvez os passos que não daríamos,
qualquer rua, qualquer parede,
o chão em que colocamos os pés.
E o filho sempre será de humana divindade,
sempre se fará no riso dos desesperançados,
na voz dos desgraçados, dos insanos,
na sina dos desistentes e de nossos olhos,
nas angústias dos conformados,
na mão que não estendemos.
Ei, criança que está além de minha janela,
criança deixada dentro de um vestido lunar,
roupa de gente grande e suja de noites eternas:
vejo sua mãozinha saindo de dentro do tempo,
o beijo que lhe recusam, o silêncio do dia,
a lixeira do prédio e seu riso tão esperto!
Ei, criança mistura de mundo e fantasia,
eu a percebo, como a percebo:
você vem de grande luz imaginária!
sábado, 4 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário