domingo, 19 de outubro de 2008

Onze e meia da manhã

Os bem-te-vis cantam
depois de assustados os gaviões pardos,
os gaviões do amanhecer,
depois de devorados os ratos;
já um pouco distante,
chilra um soberano sabiá engaiolado,
um canto redundante.

Na rua matutina...
vem um carro com alto-falante,
duas imagens em andores floridos,
depois dois padres paramentados
perseguidos por quatro sacristães,
passos desalentados, vagarosos,
depois o vozerio, as preces, as cantorias...

Banhos beatificados e piedosos.

Sob o Sol já alto e brilhante,
na cidade imobilizada, no dia primaveril,
algumas árvores desfolham lentamente...
Exotismos do chão pavimentado,
questões outonais,
diferenças européias.

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