quinta-feira, 24 de junho de 2010

NA TAPERA

Retornamos aos dias anteriores:
antigos caminhos abjetos,
pés usados mas já sem feridas,
velha casa desmantelada.

Na sala, móveis enodoados,
pedaços de jarras caídas;
na poeira do chão sem cor,
vozes e passos esquecidos.

Com palavras permitidas,
teremos a velha fuga imaginada,
trilha lunar em direção da cancela,
o tempo que nunca existiu.

2 comentários:

dade amorim disse...

Seu poema me fez lembrar uma série que andei escrevendo sobre um alemão refugiado de guerra, vivendo no passado. Um tema que vive numa memória remota, que não se sabe exatamente de onde vem.

Abraço.

Zélia Guardiano disse...

Muito significativo o seu poema, Roberto!
Gosto muito de escritos assim, que não sejam absolutamente óbvios.
Você me deixa a refletir sobre os versos, por um longo, longo tempo.
Faz-me ler, ler e reler...
Grande abraço!

P.S.Sou-lhe muito grata pela visita!