domingo, 4 de abril de 2010

OLHARES CONSENTIDOS

Nunca se preocupe:
com os mesmos olhos veja a cidade,
ainda que não da mesma maneira!

[Conclusões dependem de espelhos
e de curvaturas de muitos vidros,
luzes que nos permitem].

Se temos a mesquinhez do espaço
e a sordidez dos amantes-heróis,
suponhamo-nos pessoas dignas;

e inventemos orações fúnebres e ritos,
deuses frios e ruas de mármore,
os jardins fictícios das memórias!

[Em nosso adormecimento,
há mundos totalmente abandonados
e inconseqüências de passos permitidos...].

Com nossas construções,
temos uma presença bem rápida,
somos circunstanciais.

[Ah, as situações que não existiram,
em que deveríamos ter sido!...
Veja: o dia suposto já ressurge!].

2 comentários:

nydia bonetti disse...

"Ah, as situações que não existiram,
em que deveríamos ter sido!"

Sabe que hoje acordei pensando nisso, Roberto. Será mesmo que o dia suposto ressurge? Ou o que temos é uma coleção de dias iguais...? De qualquer forma, é preciso viver, no espaço que nos foi dado - ou conquistado. Entre construções e desconstruçõs, a vida segue... Gostei demais deste poema. beijos.

Doroni Hilgenberg disse...

Concordo Roberto..
os olhos são o espelho da alma, portanto vemos a cidade conforme nossa alma sente e consente porque quer queiramos ou não somos protagonistas de consequencias das inconsequencias promovidas pélas circunstâncias
bjs