terça-feira, 12 de maio de 2009

SUCUMBÊNCIA

Os gritos foram eternos...
Intestinos expostos e almas diluídas,
mãos que se levantaram vencidas,
cicatrizes extremas nos olhos resolvidos.

Sob as túnicas que cobriam os rostos,
as fisionomias contorciam-se,
corpos sugavam a si próprios,
nuvens anoitecidas cobriam os céus.

Restaram as dores inconclusas,
os vultos descompassados e intensos ,
os dias seguintes, os muitos dias...

6 comentários:

Doroni Hilgenberg disse...

Roberto,

Sucumbência...
poema doloroso, triste, pesado..
Inocentes e algozes.
alguém que tudo presenciou ou sentiu na pele e não esquece e sofre.
bjs Saudades
Doroni

Art'palavra disse...

Roberto, poetamigo: ainda bem que existe esse cantinho onde eu posso te abraçar ainda que virtualmente e apreender em cada poema seu o sentido do existir. Apesar da tristeza estampada na poesia (Sucumbência), acredito na existencia de um futuro melhor. Grata pela visita ao ameu humilde blog. Paz em Ñanderu, Grauninha

Roberto Costa Carvalho disse...

Doroni:
A gente testemunha, a gente vivencia, sente na pele e, se há o silêncio, sente o pensamento. Nossa história tem muitas marcas tristes. Pessoas que se calaram quando não podiam calar, pessoas que pararam de sentir quando não deviam parar de sentir, pessoas que se foram quando não deviam ir. E pessoas que, simplesmente, ignoraram e ainda ignoram a dor do mundo.

Roberto Costa Carvalho disse...

Graça:

Nem imagina como me honra sua presença. E alegra-me, alegra-me muito!

Sei que não escrevo coisas maravilhosas. Talvez eu seja pequeno demais para isso. Nunca consigo escapar de minhas introspecções. Peço-lhe desculpas por isso!
Obrigado por ter estado aqui. Você é e sempre será bem-vinda"
Sim, o futuro há de ser melhor.
Assim quer Ñanderu.

nydia bonetti disse...

Que poema triste, Roberto. Dá pra sentir a dor. Me fez lembrar um poema meu, que nunca postei, que começa assim: todas as dores do mundo doem em mim... Apesar da minha fé, me custa muito compreeder e aceitar as dores humanas...
Um beijo.

Roberto Costa Carvalho disse...

Ah, Nydia! Às vezes, pergunto-me pelo porquê não ser diferente, pergunto-me demais. Desordens e catástrofes escapam e mostram-se absolutas, mas não impedem as singularidades dos olhos.
Um beijo, gentil Nydia!