Afogar-me no mar.
O relógio flutua protegido.
São vários ventos, várias ondas,
e existe um dia sintético.
...
Há a permanência e o silêncio,
uma pesada carapuça atribuída,
um tempo sólido de relógio,
um suspiro mudo, um grito imundo.
Tudo se encerra no dia,
no cérebro que explode,
na modalidade de um mar,
morre-se de veias e sangue.
E existem os artifícios de uma avenida,
o abismo que ela veste para o mar,
tudo que contém um tempo morto,
uma voz e uma inutilidade para os ventos.
Adiante, a ilha distante.
terça-feira, 26 de maio de 2009
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4 comentários:
Roberto,
me fez lembrar deste poema, de Paulo Mendes Campos:
"há um tempo para o peixe, um tempo para o pássaro e dentro e fora do homem, um tempo eterno de solidão".
As ondas, "num ir e vir infinito" e adiante, a ilha distante...
Gosto muito dos teus poemas.
Beijo
Oi Roberto,
Não sei se entendi bem mas...
Tem-se a impressão que esse poema sufoca.
Tudo permanece igual, só o tempo passa e entre o certo e o errado,
a vontade de esquecer, e a mente explode frente a inutiliadde ou futilidade das coisas, querendo ser mar e ambicionando uma ilha distante. Foi isso que eu senti...
Bjs
Doroni
Nydia,
Uma solidão que não é solidão, porque há ondas, "num ir e vir infinito"?...
Também gosto muito de seus poemas. Quase sempre, eles me deixam leve, tiram-me os pesos da alma.
Beijo.
Doroni,
Claro que você compreendeu! E mais do que isso. Foi leitora verdadeira, grande leitora: sentiu e deu significado a minhas palavras, realizou-me.
Beijo.
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