Ei, cidade que não é minha:
há cristais de noites frias,
almas intensas e vozes tumultuadas,
restos de densos dias repudiados!
Nos olhos que se fecham,
as instâncias das recusas,
os densos sonhos perdidos,
os traços de pedras perfiladas.
E chove mansamente, cidade, chove...
Nas casas das ruas simétricas,
há segredos sem sentidos,
substâncias inexistentes,
gritos e choros esquecidos.
E diluem-se as imagens desistidas,
há muitos vultos de almas fabricadas,
sussurros de veículos insinuantes,
muitos os brilhos largados no chão.
sábado, 4 de abril de 2009
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2 comentários:
Roberto
A cidade conta histórias e nas paredes das casas, a mémória do que já foi vivido...
Sempre me impressonaram as cidades e suas casas. Adoro ler Jane Jacobs, "Morte e Vida das Grandes Cidades" e "Dark Age Ahead", onde ela diz uma frase que também impressiona: olhando as cidades, percebendo as trevas. Ela tem uma visão pessimista sobre o futuro, baseada no que vê na cidade, mas é muito interessante.
Então, continuemos cantando a cidade, com seus cristais e pedras perfiladas, enquanto eles existem...
Bom fim de semana. Beijo.
Essa cidade existe realmente. É uma cidade muito linda e luminosa. Em meu silêncio, Nydia, falo muito com ela e seu largo rio, apesar de não ser minha.
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