quarta-feira, 13 de julho de 2011

O lado de dentro,
onde estão pessoas antigas
e os ausentes.

Luzes pálidas esticam-se fracas e nuas sobre todos,
luzes de silêncios fixados, lâmpadas de teto.

Conversas fúteis, palavras desnecessárias.
Bocas alongam-se e retraem-se: vozes,
contornos de lábios e hálitos inúteis,
há noites retidas nas palavras.

Olhos desbotados, acostumados,
eles se trocam nas mesmas faces,
novas costuras em roupas antigas,
as lâmpadas estão bem fixas.

E moscas dormitam, sempre dormitam...
Nos fios que prendem as lâmpadas, na quietude.
E sólido e conciliado o lado de dentro.

3 comentários:

Masago disse...

É caro poeta Roberto, lindo o seu poema e reflexivo também. Olha sinto tanta falta de pessoas antigas que se foram que nunca mais apareceram. E, eu guardo aquela saudades em contante... Belo, bjuss poeta. Até mais...

Doroni Hilgenberg disse...

Nossa Roberto, esse seu poema me fez pensar até em assombração.
Estou com saudades. bjs
Doroni

Anônimo disse...

Poeta, suas imagens são fabulosas! Viajei nesse cenário permeado de estática, tédio, previsibilidade e silêncios incômodos.

"Olhos desbotados, acostumados,
eles se trocam nas mesmas faces"

Maravilha! Vou aos poucos degustar os achados. Abração! Sandro Pinto