segunda-feira, 27 de junho de 2011

[Cotidiano]

A porta:
receio dos olhos que se compõem,
círculos que se fecham nos significados
e nos tempos abjurados, desconcebidos...
Na sala, dispõem-se os objetos.

E alguém está sempre a chegar,
há lamúrias casuais e pouco interesse,
o que se tem no ar, na velha poeira habitual,
os ordinários das palavras, os comedimentos.

Um cigarro consome-se, vozes,
sonos validados e objetos nominados,
a fumaça alarga-se e expande-se na luz,
formas dissolvem-se...

Os aspectos resolvem-se nos olhos acostumados
E a conversa divaga, modula-se pertinente,
a poeira flutua e desordena-se ordenada,
sempre leniente e pousante...

Na porta definitiva, articula-se o que deve ser,
o que não se transpõe.

A porta é muito concludente,
é confusão de sonhos interrompidos.

[Sala de visitas]

Um comentário:

Anônimo disse...

Letargia, maturidade da vida? Tudo é dolorido dentro de mim, dentro do meu coração que já não pode ser novo.