São mãos grossas, ásperas,
mãos que rompem o chão definitivo,
nas desordens das árvores mortas,
as tristes e silenciosas mulheres,
pedras essenciais sob luzes concretas.
O tempo é a poeira que se levanta no caminho...
e nele se assenta lentamente.
O passar de pés nus, pés calejados, feridos,
a indiferença ao sangue que escorre deles;
os olhos são os duros fragmentos da alma,
são os corpos castigados das idades,
as ferramentas que rasgam as imagens.
E os ventos noturnos, ventos sempre vazios,
o calar das dores dos dias, o frio mármore do sono,
filtram o silêncio da voz lunar, a quietude do tempo,
a carne esmagada e os ossos quebrados,
a mudez das mulheres baldias.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
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4 comentários:
São mulhere, são homens, são meninos... Nos caminhos da indiferença. Tão real,tão triste...
Nydia,
O texto já é um pouco antigo e quase restrito a um momento: estrada de terra, tempo de seca; junto a uma cerca tratava com um grupo sobre coisas de roça; um carro passou; a poeira quase que parada no ar e as mulheres caminhando em fila.Por isso,"mulheres do caminho".
Os ventos? Durante a noite, já, digamos, nas "minhas horas", ventava demais.
Roberto,
você tem um olhar muito especial, né? E maneja as palavras como poucos...
Saudade, saudade, saudade...
Você acredita? Numa saudade grande assim? Como é que pode? Pode?
beijo
Pat
...pés nus, pés calejados, feridos de tantos excluídos.Meu querido Roberto, nas trilhas do teu versejar deixo meu abraço na esperança de um tempo melhor. Bjos, Grauninha
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