quinta-feira, 16 de julho de 2009

O BANQUETE

Uma taça transbordante,
o sangue é vivo e quente...
Um coração mecânico pulsa,
o pão está numa mesa de ouro.

E todos se sentam à mesa,
tomam o sangue e a carne,
sentem seus pés firmes no chão,
tudo fazem sob uma condição inútil.

Há uma construção inusitada,
um chão bem limpo,
um espaço vazio
e um cérebro que flutua.

E há uma luz muito tênue,
um sol muito distante,
a água dos peixes multiplicados,
e os esgotos da cidade.

As calçadas são de uma rua gasta,
óvulos são deixados em um canal.
Na sarjeta, o contato das coisas,
no beijo, destila-se o veneno.

4 comentários:

Doroni Hilgenberg disse...

Roberto,

Enganei-me ou você esta falando da superficialidade das coisas
ante a magia da vida?
Na verdade, cada estrofe é uma interprtação diferente.
Gostei
bjs

Unknown disse...

Tem selo pra ti!

dade amorim disse...

Um poema um pouco enigmático é um charme ou é filosófico, assim como o seu. Bonito e faz pensar.
Abraço grande.

nydia bonetti disse...

Roberto

Tenho vindo sempre por aqui te ler e já andava preocupada com teu sumiço. :) Que bom que voltou.

beijos.