sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

NO DIA EM QUE NASCI

Havia ventos. Antes que eu os percebesse,
eles cantavam, conduziam pensamentos,
conduziam beijos, flores produzidas,
os preceitos dos sonhos e das almas;
e, na solidez dos momentos inventados,
despertavam-se todos os pássaros do dia.

Ventos... Ventos...
Tão permanentes, tão intensos e envelhecidos,
e já se estendia uma idade e nada mais se fazia.
Nas formas renegadas e nos olhos sangrados,
as singularidades que não se percebiam.

E havia gente que chegava e que se ia,
algumas pessoas que morriam,
outras que se anunciavam novas,
e muitas pessoas que nada diziam,
talvez sentissem muito frio.

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