sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

NA JANELA

Veja, cidade: estou aqui, em seu dia,
através desta janela, vestido com sua luz!

Sei que tenho palavras que não digo,
desejos que sempre desconheci,
muitas canções inexistentes...
Ah, linda cidade!...
No frescor desses ventos,
ventos que são de seu dia,
sou naquilo que nunca pude ser.

Sobre minhas sombras, meus gestos,
minhas imagens tão cultivadas
e deixadas sobre os concretos das ruas,
passam veículos velozes, muito velozes.

Na mesa coberta com manto que teci,
feita com os sentidos de meus segredos,
nela, depositei muitos néctares e ambrosia,
a obediência de meu olhar eterno.

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