Mãe-Terra, senhora dos grãos,
da fartura e dos agradecimentos,
da fertilidade e do amadurecimento:
não vê, em seus ermos quase desertos,
que suas estações pouco regeneram,
os passos de seus tristes filhos renegados,
que, vestidos de paixões e de escuridões,
do sofrimento dos homens agonizados,
buscam os braços do senhor das Trevas?
Lá, onde as árvores se descontinuam,
que são as presas das superfícies dos dias
e as substâncias tortuosas da noite,
corpos corrompidos, fragmentados!
Lá, onde os ventos são poeiras de lamas secas
e há a rigidez dos tempos encurvados!
Lá, onde os retirantes são sonhos aniquilados,
são mãos desfiguradas em braços esquálidos,
onde os rumos são os caminhos inexistentes,
pés de sangue que seguem pelas catingueiras,
as infâmias dos suplicantes e dos penitentes!
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário